sábado, 16 de julho de 2011

Padrão Racial do cavalo Pampa


Padrão Racial do cavalo Pampa 
Aprovado pelo CDT
Em 25/03/2004
INTRODUÇÃO AO PADRÃO RACIAL
O Cavalo PAMPA é oriundo do cruzamento entre reprodutores e reprodutrizes, das raças Anglo-Árabe, Campeiro, Campolina, Crioulo, Mangalarga, Mangalarga Marchador, PSI.
APARÊNCIA GERAL
a) Pelagem: Pampa conjugada com as pelagens sólidas contidas no regulamento, sendo que o animal deverá ter no mínimo uma área de pelos brancos sobre pele despigmentada medindo em torno de 100 cm 2 podendo ser composta de até no máximo duas manchas formando a área total. As despigmentações de crina e cauda podem ser de qualquer forma e tamanho expressivo.
b) Porte médio a grande, estrutura e musculatura forte, proporcionada e bem distribuída, com ossos resistentes, articulações e tendões bem definidos, expressão vigorosa e sadia, temperamento altivo, brioso, enérgico e dócil. Pele e pêlos finos.
c) Altura: mínima de 1,45 m para os machos e de 1,40 m para as fêmeas.
CABEÇA
a) De tamanho médio, harmoniosa, fronte ampla e plana, ganachas afastadas;
b) Perfil: retilíneo na fronte e chanfro;
c) Olhos: afastados, expressivos, grandes, salientes, com pálpebras finas e flexíveis;
d) Orelhas: proporcionais, de tamanho médio, paralelas, bem implantadas e bem dirigidas;
e) Narinas; grandes, flexíveis e afastadas;
f) Boca: de abertura média, lábios finos justapostos e firmes.

PESCOÇO
Leve em sua aparência geral, oblíquo, proporcional, de boa musculatura, apresentando equilíbrio e flexibilidade, de inserções bem definidas e harmoniosas, com sua borda superior ligeiramente rodada e retilíneo na borda inferior. Bem unido à cabeça por uma larga e limpa garganta, com inserção ao tronco no terço médio superior do peito. Crinas com cerdas finas e sedosas.
TRONCO
a) Cernelha: bem definida e musculada;
b) Peito: amplo, profundo, bem musculado e não saliente;
c) Costelas: longas e arqueadas;
d) Tórax: amplo e profundo;
e) Dorso: de comprimento médio, proporcional, de boa direção, musculado, bem unido a cernelha e harmoniosamente ligado ao lombo;
f) Lombo: curto, reto, largo, coberto por forte massa muscular, harmoniosamente ligado ao dorso e à garupa;
g) Flancos: curtos e cheios;
h) Garupa: longa, ampla, musculada, levemente inclinada com a região sacral não saliente e de altura não superior à da cernelha;
i) Cauda; de inserção media, bem implantada, móvel, dirigida para baixo quando do animal em movimento, cerdas(cabelos) finas e sedosas;
MEMBROS
a) Espáduas: longas, amplas, oblíqua, de musculatura forte e bem distribuída;
b) Braços: longos, musculosos, de boa angulação e bem articulados;
c) Antebraços: longos, retos e musculosos;
d) Joelhos: fortes, secos, bem articulados, e na mesma linha dos antebraços:
e) Coxas: longas, amplas e musculosas;
f) Pernas: fortes longas e musculosas;
g) Jarretes: fortes, secos, lisos, bem articulados e aprumados e livres de taras;
h) Canelas: retas com tendões nítidos, sem estrangulamentos, sem taras duras ou moles.
i) Boletos: definidos e bem articulados;
j) Quartelas: médias, fortes, de boa angulação e bem articuladas;
l) Cascos: médios e resistentes;
m) Membros no conjunto: bem aprumados vistos de frente, de perfil e por trás, tolerando-se desvios parciais, porém penalizando aqueles considerados graves, tais como: Anteriores – transcurvos, ajoelhados, cambaios, sobre-si (debruçados), acampados, emboletados e arriados de quartela. Posteriores – Jarretes muito fechado com as pinças dos cascos excessivamente voltados para fora, acampados, excessivamente acurvilhados, emboletados e arriados de quartela;
ANDAMENTO:
Qualquer modalidade de andamento natural.
DESCLASSIFICAÇÃO
a) Pele: pseudoalbino
b) Olhos: iris albinóide a exceção da iris de cor azul.
c) Temperamento: vícios considerados graves e transmissíveis;
d) Orelhas: mal dirigidas(acabanadas);
e) Perfil: excessivamente convexilíneo ou concavilíneo;
f) Lábios: com relaxamento de suas comissuras(belfo);
g) Arcada dentária: assimetria com menos de 50% de contato entre as mesas dentárias (prognatismo);
h) Pescoço: borda inferior convexa (invertido ou de cervo);
i) Dorso e Lombo: (concavilíneo) lordose , selado; (convexilíneo) cifose, dorso de carpa e (escoliose) desvio lateral da coluna;
j) Garupa: Demasiadamente inclinada (derreada), mais alta do que a cernelha(menso) tolerando-se uma diferença de até 2,0 cms nas fêmeas;
l) Membros: defeitos graves de aprumos congênitos ou hereditários e taras ósseas;
m) Aparelho genital; anorquidia (ausência congênita dos testículos), monorquidia (ausência congênita de um testículo), criptorquidia (um ou dois testículos retidos na cavidade abdominal); assimetria testicular ou escrotal acentuada (hipo ou hiperpalasia), anomalias congênitas do sistema genital das fêmeas;
n) Pelagem sólida, persa, apaloosa, oveira e bragada (área de pelos brancos sobre pele despigmentada somente na região do ventre);

sábado, 16 de abril de 2011

Anatomia do cavalo


 O cavalo é um animal onde se conjugam a estrutura e a função. O seu corpo é adaptado para a velocidade e para a grande dimensão, e é esta combinação que nos ajuda a compreender a sua estrutura. Os seus membros são especializados, têm um número de dedos muito reduzido, e são acompanhados pela perda dos músculos - os que permitem a outros animais agarrar objetos. O cavalo apenas move os membros para frente e para trás o que lhe dá excelentes meios de propulsão. A força de que necessita é dada por músculos muito desenvolvidos que estão ligados aos ossos das coxas, tronco e antebraços.
As regiões do corpo do cavalo, em Exterior, são divididas em quatro partes: cabeça, pescoço, tronco e membros.
Cabeça
Extremidade superior:          
- Nuca
- garganta
- parótida  
Face Anterior:                     
- Fronte
- Chanfro
- Focinho
Faces laterais:                     
- Orelha
- Fonte
- Olhal
- Olho
- Bochecha
- Narina
Faces posterior:                   
- Fauce
- Ganacha
- Barba

Extremidade Inferior:            
- Boca
1- fronte e topete
2- fonte
3- olhal
4- olho
5- chanfro
6- narina
7- labios
8- orelha
9- nuca
10- parótida
11- chato da bochecha
12- ganacha
13- bolsa da bochecha
14-barda 

1- orelha
2- olhal
3- olho
4- chanfro
5- narina
6- boca
7- nuca
8- topete
9- fonte
10- fronte
11- pálpebra
12- bochecha
13- ponta do focinho


Pescoço
Bordo superior:                Crineira
Faces laterais:                  Tábuas
Bordo inferior:           
1- Crineira e bordo superior
2-  bordo inferior
3- tábua
Tronco
Face superior:                         
- Cernelha
- Dorso
- Lombo
- Anca
- Garupa
Extremidade anterior:                     
- Peito
- Inter-axila
- Axila
Faces Laterais:                                
- Costado
- Flanco
Face inferior:                                 
- Cilhadouro
- Ventre
- Virilha
Extremidade posterior:                       
- Cauda
- Ânus
- Períneo
- Órgãos genitais
4- cernelha
5 e 6- lombo
7- anca
8- garupa
9- peito
10- interaxila
11- axila
12- contado
13- flanco
14- cilhadouro
15- ventre
16- virilha
17- cauda
18- órgãos genitais


Membros
Regiões próprias dos anteriores:
- Espádua
- Braço
- Codilho
- Antebraço
- Joelho
Regiões próprias dos posteriores:
- Coxa
- Nádega
- Soldra
- Perna
- Jarrete
Regiões comuns aos quatro membros:
- Canela
- Bolêto
- Quartela
- Coroa
- Casco
19- espádua
20- braço
21- codilho
22- antebraço
23- joelho
24- canela
25- boleto
26- quartela
27- coroa
28- casco
29- coxa
30- nádega
31- soldra
32- perna
33- jarrete

Esqueleto do Cavalo
O cavalo é constituído por cerca de 210 ossos (não tendo em conta os da cauda). O esqueleto tem como função suportar os músculos e os órgãos internos mas dá também mobilidade suficiente, devido às articulações, para que o animal se deite, paste e se desloque a diversas velocidades. As articulações são formadas por ossos, que são cobertos por cartilagem e são ainda constituídas por uma cápsula que produz um lubrificante sinovial e por ligamentos que seguram os ossos.
No cavalo o esqueleto adapta a sua estrutura aos seus requisitos, por exemplo: crânio alongado dá espaço para os dentes enquanto que as órbitas estão posicionadas de maneira a que o ângulo de visão do cavalo seja amplo, podendo este animal aperceber-se dos perigos durante a pastagem.


1- escápula ou omoplata
2- junta da espádua
3- úmero
4- junta do cotovelo
5- rádio
6- pisiforme
7- ossos cárpeos do joelho
8- canela
9- quartela comprida
10- quartela curta
11- ossos cuneiforme do pé
12- boleto
13- costelas
14- cintura pélvica
15- osso sesamóide
16- metacarpo rudimentar externo
17- jarrete
18- tíbia e fíbula
19- fêmur
Músculos
Os músculos do cavalo consistem em massas musculares ligadas aos ossos por um lado e aos tendões por outro. Os tendões são protegidos por bainhas sinoviais que são constituídas por películas finas e fibrosas e que protegem os tendões do risco de fricção com o osso.
Os ligamentos, assim como os tendões, são relativamente curtos, tal como os reforçadores de articulações. No entanto há ligamentos especiais: o restritor, que se liga ao ligamento por detrás da articulação do joelho e junta-se ao tendão flexor digital profundo na sua parte mais baixa atrás do osso da canela; e o suspensor, que tem a extremidade superior ligada à parte superior traseira da canela e na fila inferior dos ossos do joelho, a extremidade inferior ligada aos sesamóides, por baixo do boleto. Este sistema é semelhante nos membros anteriores e posteriores.
Pele
A pele do cavalo possui três camadas:
Camada celular, que têm a capacidade de, à medida que a sua superfície se desgasta, se auto-reparar;
Camada sub-epitélial, em que se encontram os sensores da dor e outras estruturas sensitivas e que alimenta a camada superficial;
Camada sub-dérmica, que tem como função isolar a pele do osso ou do músculo que fica por baixo dela e onde se situam os folículos capilares.
O sebo, substância gordurosa, é segregado por glândulas sudoríperas que se encontra na pele e permite a formação de uma camada impermeável que protege o cavalo da humidade e do frio.

A doma dos cavalos

Domar um cavalo significa fazer com que este cavalo obedeça aos comandos solicitados por nós, na hora em que desejamos, da forma que queremos,  na velocidade que queremos. Assim muitas pessoas definem a doma, que na verdade verdadeira não é isso.            
Domar um cavalo significa muito mais do que montar e sair andando. Significa prepará-lo para uma vida toda de trabalho, e por isso este cavalo deve estar muito mais preparado mentalmente do que fisicamente, pelo menos no início de uma vida nova. Veja algumas considerações sobre a doma de cavalos:
• Iniciar um potro significa apresentar a um indivíduo um novo modo de “viver a vida”. Esta apresentação pode ser feita de diferentes maneiras...
• Montar é fazer o cavalo ir para onde queremos, na velocidade em que desejamos, e a equitação pode ser definida como a ciência e a arte de se andar a cavalo com qualidade técnica tão discreta que ninguém perceba o que está acontecendo para aquilo acontecer. Muitas pessoas montam,   poucas têm equitação.
• Assim, somente temos um cavalo bem equitado, bem montado, bem trabalhado, se entendermos como um cavalo funciona mecanicamente, fisicamente e mentalmente;
• O processo de iniciação de um potro deve sempre priorizar o potro e nunca o tempo de entrega, a vontade das pessoas ou qualquer outro fator que possa atrapalhar o bom desenvolvimento deste potro;
• O processo de iniciação de um potro leva tempo. Não existe a doma rápida ou imediata. Domar é um processo longo;
• A falta de conhecimento sobre psicologia, comportamento natural e principalmente sobre o modo de vida dos cavalos faz com que a grande maioria dos cavalos sejam iniciados da pior forma possível, com violência e sem um sentido claro das coisas para o cavalo.
• Quando um cavalo entende o que se quer dele, ele faz, (ser souber fazer...). Quando um cavalo não entende o que se quer dele, ele não faz...
• Um cavalo ou potro precisa: confiar no ambiente em que vive , confiar nas pessoas em que estão à sua volta, confiar nele mesmo.
Pense nisso na hora de escolher um profissional da doma, ou mesmo na hora de trabalhar seus potros!

A criação de cavalos é hoje

 A criação de cavalos é hoje, além de um passatempo ou "hobby", uma atividade que deve ter orientações empresariais, conciliando prazer e lucro. Para tanto, a seleção da área onde se instalará o haras e o projeto construtivo constituem a base para o sucesso.
    SELEÇÃO DA ÁREA - Existem dois casos fundamentais: O primeiro, onde o proprietário já possui um estabeleci­mento e quer o criatório com a separação de uma gleba dedicada à agricultura e/ou pecuária. E, o segundo, onde o criador não possui terras e parte para a seleção da área. No primeiro caso, às vezes, nem todos os requisitos ideais serão satisfeitos, já que as condições de clima, solo ou região podem não ser ideais. No entanto, as recomendações são válidas, para selecionar as áreas mais favoráveis dentro da propriedade.
    ÁREA - Deve estar diretamente relaci­onada com a quantidade de animais, em função do número de matrizes (1 égua/alqueire), solo, pastagem, clima, manejo solto ou semiconfinado, aproveitamento da área, etc. Como número orientativo podemos dizer que para 40 éguas precisamos de 40 alqueires úteis, pois cada égua relaciona um produto ao pé, um animal de ano e outro de sobreano.
■    SOLO - A chave do êxito de uma exploração eqüina está diretamente relacionada à fertilidade da terra. E esta característica qualitativa que trará pastagens fartas e abundantes, desde o ponto de vista econômico. Além da fertilidade, as características físicas e topográficas devem ser consideradas. Do ponto de vista físico, não são recomendados os solos extremamente argilosos e arenosos, ou com pedras. O primeiro, por apresentar uma compactação que afeta tanto os cascos e aprumos dos animais como o desenvolvimento radicular das pastagens. O segundo, por ser muito abrasivo e de escassa retenção de nutrientes e água, afetando o desenvolvimento dos pastos.
    TOPOGRAFIA - Com relação ao relevo do terreno, é preferível os planos e os levemente ondulados, pois esses favorecem aprumos corretos e bom desenvolvimento muscular. Os terrenos acidentados são perigosos e difíceis de se manejar, pois sempre há grandes riscos de perdas de nutrientes por lixiviação -perda de sais minerais - ou erosão.
          Estes três aspectos fundamentais - fertilidade, características físicas e topográficas - podem ser observados facilmente por um profissional competente. As árvores, pastos e ervas daninhas indicam solos ricos ou pobres. Por outro lado, a análise da condição físico-química do solo é fundamental para ajudar em uma decisão. Com relação à forma geométrica, é preferível os terrenos quadrangulares, por sua facilidade de estruturação - divisão de piquetes e vias de circulação.
          Por último é importante destacar a valorização das terras nas regiões com bons solos, chegando os criadores a destacarem nos catálogos os lugares onde foram criados seu animais, Kentucky e Ocala nos Estados Unidos, Normandia na França, Mar Del Plata, Luan e Capitam Sarmiento na Argentina, Campinas, Curitiba e Bagé no Brasil. Todas estas regiões são sinônimos de bons solos, clima e pastagens, fatores esses básicos e fundamentais para a criação.
■    CLIMA - Apesar da grande capacidade de adaptação dos eqüinos, onde encontramos raças adaptadas a condições extremas de frio e calor, de altitudes variáveis do nível do mar a altas montanhas, o cavalo, em geral prefere clima ameno. Há, porém, uma consideração a ser feita para cada raça, que reflete o clima de origem e indica o nível de adaptação. Por exemplo, os cavalos Quarto de Milha e Puro Sangue Inglês preferem climas temperados frescos, enquanto o Árabe suporta muito bem o calor e a umidade.
           Entre os fatores a observar, podemos levantar o clima da região, índices pluviométricos, temperaturas médias, máximas e mínimas, evapotranspiração, déficit hídrico, umidade relativa, ocorrência de geadas, pressão barométrica, ventos predominantes (época e velocidade), insolação (médias de dias cla­ros, encobertos e nublados) etc. Estes dados nos ajudarão a definir períodos críticos e, conjuntamente com os dados de solos, facilitarão a escolha das pas­tagens a implantar, definirão o manejo dos animais e o tipo de criação - extensiva ou semi-intensiva.
■    ÁGUA - A qualidade da água é fundamental, por ser fator decisivo na vida e na saúde dos animais. E importante a realização de análises físico-químicas (relativo aos nutrientes) que de­finem a qualidade da mesma, como o exame bromatológico para verificar a presença de microorganismos que possam inviabilizar a potabilidade. Além da água para consumo dos animais, outras fontes como córregos, rios e açudes são importantes sempre que desprovidos e livres de resíduos industriais ou defensivos agrícolas - por serem úteis nos sistemas de irrigação.

LIMPEZA E CUIDADOS HIGIÉNICOS COM SEU CAVALO


Todos os cavalos necessitam de uma limpeza freqüente, quer estejam no estábulo ou no campo, para que permaneçam saudáveis. Isso implica cuidar da pele, pêlo e pés do animal.
Pode não ser um trabalho agradável, mas as vantagens de uma higiene são muitas:
             Eliminação da sujeira
             Funciona como uma massagem ao cavalo
             Ajuda a tonificar os músculos do animal
             Ativa a circulação
             Aprofunda a relação de confiança entre o cavaleiro e cavalo
Cuidados Diários
A limpeza deve ser feita antes de montar o cavalo. Embora seja suficiente “sacudir o pó” antes do exercício, deve tentar aprofundar a limpeza do cavalo sempre que puder. Uma limpeza a fundo pode demorar cerca de uma hora, mas o cavalo irá agradecer o tempo dispensado. Para dar uma maior sensação de segurança, a limpeza deve ser feita em locais bem iluminados.
Pelagem
A limpeza do corpo do cavalo deve começar com uma escovada, uma escova muito útil para remover lama e marcas de suor. Esta escova ativa a circulação sanguínea e liberta a tensão dos músculos. As escovas de náilon são a melhor opção. As de metal podem magoar o cavalo.
Em cavalos mais sujos ou mantidos no campo pode utilizar a escovação.  A escovação deve ser feita em círculos, podendo ser vigorosa em cavalos não desbastados. A zona com ossos salientes é particularmente sensível, por isso, as passagens com a escova devem ser mais leves. Comece no topo do pescoço e com movimentos circulares contra-relógio, desça até à cernilha e escove o dorso e a garupa.
Ajuste a pressão de acordo com as reações do cavalo. Se o animal baixar as orelhas e se mostrar agitado é porque não está  gostando.
Utilize uma escova para escovar o pêlo, a crina e a cauda. Deve começar pela crina, depois escovar o resto do corpo e por fim a cauda. Para escovar a crina e a cauda, comece no topo e penteie toda ela. Avance apenas alguns centímetros de cada vez. Há quem defenda que a cauda não deve ser escovada, mas sim penteada utilizando os dedos, para não estragar o pêlo e manter o aspecto natural. Independentemente da sua opção de pentear com as mãos ou com a escova, não se deve colocar diretamente atrás do cavalo em qualquer das situações. Opte por ficar ao lado do animal e puxar para si a cauda. Para facilitar a escovação, pode aplicar produtos desembaraçantes que tornem o pêlo mais maleável e brilhante, protegendo também do sol.
O corpo deve ser escovado com movimentos circulares e depois deve ser feita uma passagem final no sentido do crescimento do pêlo. Enquanto escova, inspecione o cavalo. Procure lesões, altos ou qualquer anomalia. A zona da barriga é uma das áreas mais sensíveis. Tenha cuidado e avance lentamente. Com uma escova mais suave, ou um pano de algodão, faça uma última passagem para conferir brilho e remover os últimos vestígios de sujeiras .
Depois de ter limpado todo o corpo avance para a cauda. Tenha uma esponja aparte para limpar o couto da cauda. Esta esponja deve estar úmida e não deve ser utilizada noutras regiões do corpo.
Aplique repelente e protetor solar, se as condições atmosféricas o justificarem. Se vai montar o cavalo, evite colocar estes produtos na zona da sela, para que a zona não fique escorregadia.
Focinho
Com uma escova de fios macios, escove o focinho do cavalo, retire a sujeiras das bordas das orelhas e no resto do focinho em geral. Proteja os olhos do cavalo do pó que se solta. Passe uma esponja úmida junto dos olhos e narinas.
Patas
Deslize a mão pela pata do cavalo, aperte ligeiramente a zona do tendão na parte inferior da perna e levante a pata. Com o ferro de cascos limpe os quatro cascos do cavalo, retirando a sujeira alojada na sola e junto à ferradura. Verifique se o casco tem um aspecto saudável e se não há sinais de infecção ou rachos.
Aplique um óleo nos cascos do cavalo para proteger e hidratar a zona, mas faça-o apenas sob a orientação do veterinário.
Massagem
A última parte da limpeza serve para proporcionar relaxamento ao cavalo. Passe pelo corpo do animal uma luva própria, geralmente feita de crina ou couro.
Precauções especiais
Frio
No Inverno, não destape completamente o cavalo para o limpar. Opte por dobrar a coberta, expondo apenas as partes que está  limpando no momento.
Posicionamento
Nunca se posicione atrás do cavalo, pois este pode se assustar e dar coices.
Cavalos no campo
Os cavalos no campo necessitam da maior parte dos cuidados acima descritos. Contudo, a utilização de algumas escovas, não deve ser tão intensiva. Isto porque a pele do cavalo é protegida por uma camada oleosa que a torna impermeável. Essa camada é danificada com uso prolongado das escovas no dorso. Os cavalos mantidos no estábulo estão à maior parte das vezes abrigados da chuva e não dependem da camada oleosa para se manterem secos.
Banho
Lavar com água e xampu pode ser necessário. Apesar de ser só aconselhado no verão, os cavalos de competição costumam ser submetidos a banhos mais regularmente. Quando escolhe lavar a pelagem ou até mesmo o corpo do cavalo, deve escolher um sítio com chão em cimento ou gramado, pelo menos que não se torne lama, quando a água começar a cair. Prepara-se para ficar bastante molhado, coloque umas luvas de borracha para proteger as mãos.
Crina
A crina e a cauda do cavalo podem ser lavadas quando a pelagem estiver gordurosa e o tempo estiver quente. Existem diversos produtos específicos para cavalos, incluindo xampus com repelentes de insetos. Para lavar a crina, passe com uma esponja molhada em água morna sobre o pêlo. Aplique o xampu com cuidado, para que não molhe os olhos ou as orelhas. Comece a trabalhar no topo da crina e vá descendo. Aplique também amaciador próprio, se pretender obter um melhor resultado. Por fim, retire o excesso com água morna. Seque a crina com uma toalha e limpe também as zonas que foram molhadas.
Cauda
Para lavar a cauda utilize também um xampu específico e umedeça a cauda com água morna. Se desejar, aplique amaciador. Depois, escove os pêlos com uma escova. Sacuda a cauda para retirar o excesso de água e enxugue com uma toalha.
Corpo
Só deve ser dado banho ao cavalo como último recurso. A pele demora dias a repor os óleos que a protegem, fazendo com o cavalo esteja mais vulnerável ao frio e chuva. Contudo, se achar necessário limpar o cavalo com água, pode-lhe dar banho se os dias estiverem quentes. A lavagem do cavalo deve ser feita no pico do sol, quando este estiver mais forte e longe de correntes de ar. Molhe o animal com uma esponja úmida e aplique o xampu. Comecem por baixo, primeiro os pés e por último o dorso. Depois, passe água abundantemente começando no topo e terminando nas patas. Retire o excesso com uma escova apropriada. Por fim, seque com uma toalha. Pode optar por fazer o cavalo andar para secar a pelagem. Desta forma vai diminuir as hipóteses de o cavalo rolar na terra para secar o pêlo. Durante os dias seguintes, o cavalo poderá necessitar de ser coberto se estiver frio.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

DESBRAVANDO A REGIÃO CENTRO OESTE

Durante 250 anos os tropeiros foram responsáveis por toda a comercialização e transportes de produtos e informações no Brasil.
A palavra "tropeiro" deriva de tropa, numa referência ao conjunto de homens que transportavam gado e mercadoria no Brasil colônia. O termo tem sido usado para designar principalmente o transporte de gado da região do Rio Grande do Sul até os mercados de Minas Gerais, posteriormente São Paulo e Rio de Janeiro, porém há quem use o termo em momentos anteriores dívida colonial, como no "ciclo do açúcar" entre os séculos XVI e XVII, quando várias regiões do interior nordestino se dedicaram a criação de animais para comercialização com os senhores de engenho.
O comércio de animais foi fator determinante para integrar efetivamente o sul ao restante do Brasil, apesar das diferenças culturais entre as regiões da colônia, os interesses mercantis foram responsáveis por essa fusão e indiretamente, pela prosperidade tanto da grande propriedade estancieira dos estados do sul, como de pequenas propriedades familiares, em regiões onde predominaram populações de origem européia e que abasteciam de alimentos as fazendas pecuaristas.
Eles viajavam grandes distâncias, durante semanas seguidas, conduzindo gigantescas tropas de gado. Os veículos não eram caminhões-boiadeiros, mas pequenas mulas, que cumpriam com valentia o trabalho. A saudade de casa, a falta de notícias da família, o sofrimento físico no caminho. Às vezes faltava comida, a chuva, o vento e o frio eram companhia da maioria das viagens. A dificuldade era ainda  maior quando os animais paravam para beber água nos riachos ou, então, quando se perdiam, os tropeiros eram obrigados a procurá-los na mata.
 Tudo fez parte da vida dos tropeiros, homens que se arriscavam para impulsionar o desenvolvimento do Brasil.
A colonização do antigo MATO GROSSO teve por base o triângulo HOMEM- BOI e CAVALO.
Em 1767 Don Alvar Nunes Cabeça de Vaca, então Governador do Paraguai, adquiriu em São Vicente, na Província de São Paulo, uma manada de 1.000 cabeças de gado vacum, alguns touros e umas dezenas de animais cavalares e mandou transportá-los pelo interior do Brasil, até Assunção, na travessia dos descampados dessa terra de ninguém, que depois veio se chamar MATO GROSSO, extraviaram-se muitos animais vacuns e cavalares.
Foram as primeiras sementes do gado BAGUÁ, e dos CAVALOS CHIMARRÕES, aqui encontrados muitas décadas depois.
No final do século XVII, quando os BANDEIRANTES e MAMELUCOS vindos de São Paulo, andaram por essas regiões, caçando e preando índios, para levar como escravos para as lavouras de café e cana de açúcar, puderam se abastecer de algumas cabeças de gado bravio que por aqui encontraram.
Em 1842, quando os primeiros Mineiros chegaram ao Mato Grosso, encontraram tanto gado na região, hoje conhecida como RIO BRILHANTE, que a denominaram de CAMPO DAS VACARIAS.
Em 1865, quando as Forças Brasileiras, cruzaram estes rincões, na célebre Guerra do Paraguai, também se abasteceram do gado baguá, aqui encontrado.
E, nessa mesma guerra, dos ataques dos soldados paraguaios, durante a Retirada da Laguna, certamente também se extraviaram alguns cavalos nessa região.
Depois desta Guerra, muitos soldados que por aqui passaram, deslumbrados com as excelentes  pastagens desta região, voltaram e iniciaram a FUNDAÇÃO de FAZENDAS de CRIAÇÃO de GADO.
Daí para cá, a pecuária não parou mais de se desenvolver, até nos tornarmos o PRIMEIRO REBANHO do Brasil.
Foram os HOMENS CAMPEIROS que iniciaram a COLONIZAÇÃO do Mato Grosso.  Por isso, podemos afirmar que são eles o SUSTENTÁCULO da ECONOMIA do Estado.
Oficialmente, quem introduziu os primeiros animais cavalares e vacuns no velho Estado do Mato Grosso, foi Dom Luiz Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, 4º Governador de Mato Grosso, no final do século XVIII.
Antes desse grande estadista, o Mato Grosso era procurado apenas pelo ouro que tinha ou como caminho para as minas de prata do Peru, especialmente Potosi. 
Graças às magníficas pastagens naturais, o gado vacum e cavalar desenvolveu-se muito bem e, em poucas décadas, já existiam manadas baguais em todos os recantos, principalmente no Pantanal. A origem do famoso CAVALO PANTANEIRO vem desse tempo.
Esses homens, rudes e duros, muitas vezes os verdadeiros conquistadores das regiões, abrindo caminhos, fundando povoações e ocupando áreas antes totalmente virgens da presença dos colonizadores. Ao longo do tempo os principais pousos se transformaram em povoações e vilas. É interessante notar que dezenas de cidades do interior na região sul do Brasil, em São Paulo, Mato Grosso, Goiás  atribuem sua origem a atividade dos tropeiros.
" É preciso reconhecer, entretanto, que a penetração do gado e dos tropeiros no centro oeste   nem sempre se verificou de maneira pacífica.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

HISTÓRIA DO LAÇO COMPRIDO - Prova de Laço em Marcelândia 2010.








                                                    HISTÓRIA DO LAÇO COMPRIDO
         
Na travessia dos descampados dessa terra de ninguém, que depois veio se chamar MATO GROSSO, extraviaram-se muitos animais vacuns e cavalares.Que forram as primeiras sementes do gado baguá, e dos cavalos, aqui encontrados muitas décadas depois.
Os primeiros colonizadores do Mato Grosso foram os homens campeiros, por isso, podemos afirmar que são eles o sustentáculo da economia do Estado.  
Como não havia cercas para contenção dos animais, aos poucos iam se tornando bravos e selvagens (baguá) na nossa linguagem. A origem do famoso cavalo pantaneiro vem desse tempo. A única forma de pegá-los era utilizando o laço. Dessa forma, o homem campeiro, até para sobreviver, foi se tornando um exímio laçador.
Com o tempo, os homens campeiros de Mato Grosso fizeram do laço uma ‘’arte’’ que foi sendo transmitida de pai para filho, de geração em geração.
Temos dito que nossa sociedade tem duas épocas distintas: antes e depois dos Clubes de Laços. Antes de 1980, nossa juventude copiava o modelo americano de vida. Nossos usos e costumes estavam sendo relegados.
Depois de 1980, depois da criação dos Clubes de Laço, conseguimos inverter essa situação e, todos estão valorizando o que é nosso, voltando às origens.Os Clubes incrementaram e divulgaram o laço como esporte.

A prova de laço em Marcelândia é uma tradição. Toda comunidade marcelandence participa com sua família.